terça-feira, 25 de setembro de 2007

NÃO SE PROVA DEUS DE UMA GARFADA SÓ


Sim, não da mesmo para provar da plenitude de Deus de uma vez só. Não suportaríamos. Dissolveríamos ao nada. Se um pouco de entendimento da Verdade traz dores pelas desconstruções que causam, imaginem conhecer toda a Verdade, o que aconteceria conosco?

Deus é assim. Não dá para provar de uma vez só. Passaríamos mau. Teríamos diarréia existencial. Coma mental, cardíaco, emocional... Deus em excesso faria mal. É por isso que ninguém prova mais do que Ele mesmo se da a revelar. Ninguém suportaria uma dose a mais.

Portanto, não se conhece a Deus por força da carne, mas se prova na simplicidade da vida, de tal maneira que é na vivência diária que vamos o conhecendo, sem correr nenhum risco de provarmos mais Dele do que possamos suportar. Não mesmo! Não adianta livros teológicos, filosóficos; não adianta campanhas, nem correntes, nem vigílias, nem qualquer outro meio de se jogar à presunção de discernir por sí mesmo o indiscernível. Podemos até construir muitas idéias acerca de Deus, mas Deus nunca caberá dentro delas, pois Deus não é uma idéia, um argumento, uma doutrina, um conceito, nada disso. Deus É, e isso basta.

Assim como é inexorável a vivência de um dia por vez sem a possibilidade de acelerar esse processo, assim provar a Deus na vida tem que ser um dia por vez, e que pensar estar provando e acelerando qualquer processo em conhecê-lo é mera aflição de espírito, do qual Cristo nos disse para não andarmos segundo esse espírito de ansiedade, pois, Ele mesmo tem cuidado de nós.

Embora seja, o chocolate, uma delícia, ninguém suportaria tomar 5 litros de uma vez só, outros não tomariam nem 500 mls sem sofrer de efeitos colaterais bem desagradáveis.

Deus é soboroso ao paladar da Vida, e por isso devemos nos alegrar em que Ele sabe o quanto podemos suportar Dele mesmo.

Nele, em quem cada dia é um dia de sabores indizíveis.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A VELHA INSEGURANÇA DA SEGURANÇA, E VICE-VERSA


Meu ser constantemente busca estar seguro, pés firmes ao chão, mente equilibrada, nada de euforia nem choros atoa, nada de extremos, esse é meu lugar seguro. Mas segurança é o lugar da insegurança, o lugar de onde não se sai para abraçar o desconhecido. Tenho a impressão de que meus traumas me fazem querer generalizar todas as coisas como se a vida tivesse uma regra cabal, é assim e pronto. O querer estar seguro me diz para não ir muito longe, pode ser perigoso; me diz para procurar entender antes de provar, é mais seguro assim; me leva a pensar sobre a vida pra depois viver, isso seria mais seguro, sim, se a vida fosse um conceito, se o amor tivesse uma definição, e se Deus pudesse ser mapeado. Assim tudo seria seguro, e no mínimo patético.

Patético me torno toda vez que busco os lugares onde não ofereça risco algum na vida. Nada de caminhos que não seja esse que acho que sei que é o verdadeiro, nada de uma vida fora dos padrões dos quais estou acostumado, nada de renovação da mente, e melhor ainda é manter a fé intacta, cosmovisão intacta, nada de coisas novas, é o lugar onde mora a segurança da insegurança.

E é nesse lugar onde caminho num lote de uma casa pensando ser a floresta Amazônica; onde penso estar certo sendo que nunca saí de fato para conhecer o mundo; onde penso ter uma excelente vida sendo que nunca saí para além dos muros que institucionaram minha "vidinha" que adquiriu uma forma ou fôrma, nunca experimentei, de fato, vida. É nesse lugar onde penso saber de um amontoado de coisas quando na verdade não conheço nada.

Li num livro do Rubem Alves que a palavra saber no latim tem o mesmo significado de sabor. E ele nos convida à reflexão de que saber é sabor, e sabor é saber, o que passar disso é mera especulação distante da verdade. Viver é experimentar seus sabores, conhecer a vida é provar de suas delícias (abro um parêntese para excluir todas as interpretaçoes de cunho moral). Quando então se falar do sabor de algo, a propriedade com a qual se fala demonstrará o conhecimento, pois se terá provado o sabor.

Na vida não há segurança alguma, não mesmo!

A familia que hoje é rica, pode empobrecer abruptamente amanhã; o marido que hoje não bebe, pode se tornar um alcóolatra amanhã; a esposa que hoje é fiel, pode abandonar amanhã; a saúde que hoje é implacável como a força de um leão, pode se tornar frágil como a força de um poodle amanhã; a vida que hoje prossegui livre de sombras, pode ter seu fim amanhã. Enfim, não há nada que nos possa dar segurança de coisa alguma.

De fato, não há recompensa para o homem que vive debaixo do Sol senão o beber, comer e se alegrar, essa é a sua recompensa nessa vida que vai contra qulquer sentido que tentemos dar a ela engarrafando-a para que pareça mais segura.

Seguir a simplicidade sem buscar enfado para a alma; fazer o que está em suas mãos com toda a força que puder; não deixar-se enganar pelos loiros da fama, do status. Todas essas coisas trazem canseira à alma e enfado para o corpo, são apenas vaidades, diria Salomão.

Desejo identificar todas as minhas seguranças para simplismente abrir mão de cada uma delas, e ir ao encontro do desconhecido, pois, desconhecido é a vida, o amor, e Deus. Sentir seus sabores é de uma necessidade indizível, para mim ao menos.

Nele, em quem conhecer é provar o seu sabor, pois, não há nada que o comprove como sendo "bom" se de fato não for provado.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O RESGATE DO SOLDADO RYAN E O DE TODOS NÓS



A cruz se tornou o maior peso de todos. Parece que na história não houve maior carga imposta sobre os ombros dos humanos quanto à carga de se carregar a cruz, sendo que o significado de carregar a cruz se tornou um tipo de “gratidão-obrigatória”, como se o “não agradecer”, seja lá de que forma for, a Deus pela morte de Cristo, e isso significa se empenhar para viver devotadamente a Ele de modo que isso se FAÇA GRATIDÃO pelo que Ele fez, que essa devoção se torne em um modo de devolução ao que Ele fez por mim, então, não se entregar a essa “gratidão” seria o “não ser” de fato “grato”. É como que se a morte de Cristo me fizesse ser inevitavelmente alguém entregue a esse “fazer por gratidão”, o que só mascara as coisas, mas se torna semelhante ou mais pesado do que o “cumprir a Lei” para ser por meio dela salvo. Portanto, os termos que costumo ouvir, tais como “viver uma vida em gratidão a Deus”, “viver em adoração pelo que Ele fez”, “entregar-me a Ele porque Ele me comprou por um alto preço e agora sou Dele”... Me cheiram coisas do tipo “me tornar um esquizofrênico que se hipnotizou com a cena da cruz e que não conseguiu transcender a ela”. Foi, olhou, congelou, e ficou, e assim passa a vida toda sem sair dali, olhando pra Jesus, só que pendurado ainda, e todo ensangüentado, dilacerado.

A cena é pesada de fato, mas o que é mais pesado do que a cena é a mensagem que costumamos ouvir de que, se Cristo morreu por nós de tal forma, então devemos FAZER POR MERECER nos subjugando a sessões e sessões de auto-flagelamento seja ele físico, mental ou periódico (usei esse termo para referir-me àqueles que doam o seu tempo como sacrifício), e isso tudo pela consciência de que temos que ser devotos a Cristo porque o que ele fez não pode se tornar EM VÃO (e isso carregado do sentido que se não reafirmarmos Cristo em nós mesmos sempre sendo estereotipada-mente como ele, e isso sendo manifestado de forma a se criar um ser estranho que não a gente mesmo, vivendo no limbo da opressão vinda da cruz que nos foi imposta, então, se não me entrego à vida com Deus de tal forma serei eu culpado de ter feito da cruz de Cristo uma inutilidade). Mas a cruz nos assusta. Quem poderia compreender tal feito? De Graça? Na verdade, que Graça há naquela cena? Um ser que, por mais que seja Deus em carne, sendo humano é crucificado pelo mundo, isso é assustador. Por isso aquela cena não pode carregar significado algum se não carregar consigo o Espírito que de Deus insurge, o amor do Pai, mas, devo voltar ao assunto: a cena da cruz.

Estamos sempre renunciando a vida por amor a Cristo (e esse amor a Cristo implica em instituir um tipo de vida em plena “devoção” a Ele), renunciamos tudo aquilo para o qual Ele nos chamou, para festejar a vida que há em nós em Graça e Verdade.

O uso da cena do filme “O resgate do soldado Ryan” representou muito bem essa “renúncia à vida” ou mesmo essa paralisia perante a cena da crucificação. O filme mostra um resgate que racionalmente não teria valido a pena pela quantidade de mortes causadas no resgate do tal Ryan. E o protagonista do filme declara todas essas coisas no final dizendo que nem mesmo a alegria da mãe do jovem seria recompensadora devido à morte de tantos outros soldados que pertenciam, assim como o Ryan, a outras famílias. Mas o ponto chave é o que o comandante do exército diz ao Ryan pouco antes de morrer. Com aquele ar de árdua guerra e alto preço pago com outras vidas para resgatar simplesmente o tal do Ryan ele diz ao jovem: FAÇA POR MERECER. E o jovem se congela naquela fala, como disse, ele se fixa naquilo que o comandante disse. Então o protagonista diz que ele continuou servindo o exército, supostamente pelo peso dos ecos daquela frase “FAÇA POR MERECER”.

E então, aquele resgate que era pra resultar numa dádiva e numa segunda chance para que aquele jovem pudesse viver normalmente, se transformou, por causa daquela consciência que lhe foi imposta do “fazer por merecer”, na morte cotidiana do jovem resgatado, pois se fixou em seu coração que ele teria que FAZER POR MERECER e que a renúncia da sua vida lá fora, longe daqueles campos e climas de guerra, enfim, uma vida para o qual foi resgatado, deveria se tornar em GRATIDÃO-CULPOSA, pois cada dia ali confinado nos batalhões onde viveu por muito tempo ainda era o preço que ele mesmo estava pagando pela vida de cada um que morreu para resgatá-lo. Sendo assim, o jovem faz da morte de todos os que em favor dele morreram uma inutilidade, era resgate para a vida não para a morte, antes o Ryan ter morrido ainda jovem, assim não se teria tido os prejuízos do resgate. E é aqui que entra então a consciência da “CRUZ QUE SE TORNA NEGAÇÃO DA CRUZ”. Cristo morreu de uma vez por todas e por todos, e essa morte realiza o fim para o qual se convergi todas as coisas e é plena de realização de modo a se tornar suficiente, e o que é suficiente não carece de acréscimo algum, seja de quem for.

O “Está consumado” (declarado na cruz por Jesus) realiza em si todas as necessidades salvíficas, redentoras, justificadoras e santificadoras, realiza toda a justiça de Deus e abri o caminho eterno para o acesso ao Pai dado gratuitamente por meio do Filho mediante a fé. Simplesmente por Graça. Nunca ecoou daquela cruz a frase “FAÇA POR MERECER” mas sim o “ESTÁ FEITO”, e isso por quem nunca mereceu, não merece e nunca irá merecer, e o maior insulto à morte de Cristo é o “FAZER POR MERECER” pois, assim se faz da cruz uma não necessidade, uma manifestação vã, inútil. É então assumindo essa cruz de “FAZER POR MERECER”, o que é literalmente uma cruz e sem dúvidas a mais pesada de todas, pois, nega-se a cruz de Cristo vivendo em função de pagar por ela; nega-se a liberdade para a vida morrendo cada dia na paranóia de olhar para o “Cristo pendurado no madeiro” e não transcender dali; nega-se o chamado para a vida num confinamento culposo que gera apenas a morte; e Paulo diria “separados estais de Cristo, caíram da Graça”. O “FAZER POR MERECER” não é outra coisa senão a negação da cruz de Cristo.

Mas o que ainda quero acrescentar é que a morte de Cristo é um chamado para a vida e não à neurose de viver com os olhos fixos na cena da crucificação e morrer ali mesmo, e isso porque Cristo ressuscitou, pois, se Cristo não ressurgiu dentre os mortos já não nos restaria esperança alguma. Mas ele morreu e ressuscitou e trouxe consigo as chaves da morte e do inferno. Portanto a chave da morte está nas mãos de quem é a Vida; a chave do inferno está nas mãos de um libertador, salvador, redentor, justificador...; a cruz entra não só na história terrestre mas atingi a todas as dimensões conhecidas e desconhecidas por nós humanos; ela traz vida dentre os mortos, dentre os que estão vivos, e dentre os que ainda não nasceram, de modo que até o inferno não ficou fora dessa. Assumir essa cruz de “FAZER POR MERECER” é assumir uma “CRUZ QUE SE TORNA NEGAÇÃO DA CRUZ DE CRISTO”. Se nega o perdão incondicional de todos os meu erros e falhas, pecados, transgressões já cometidos e que irão ainda se consumar, e nisso corro o risco de ficar com medo de viver, de errar, de não ser “perfeito”, de não me enganar, pois essa consciência não se encharcou do perdão do Pai celestial;

se nega a justiça imputada a mim obrigando-me a viver no desespero existencial de ter que me justificar perante o Pai, e ainda corro o risco de sair por aí exercendo juízo sobre os outros pela presunção da justiça própria conquistada por mim, o que é falácia diabólica, e assim, passo a ver a vida como algo que está contra mim ao invés da consciência de que ela nem está contra nem a favor, a vida é apenas para se viver, nada mais; se nega a redenção já consumada fazendo com que eu me aproprie de meios para fazer propiciação pelos meus pecados e ainda corro o risco inevitável de “renunciar à vida” por medo da condenação divina, corro o risco de chegar lá na frente cheio de amarguras e insatisfações por não ter vivido; nega-se também o viver em paz sem a paranóia de querer salvar o mundo, sem esse peso de ter que ser a boca de Deus na terra, afinal, Ele mesmo foi quem criou a boca, os sons que dela emitem, portanto, ele sabe se comunicar bem com tudo e todos, e corro o risco de, infelizmente, ser um desses missionários que só estão lá por “FAZER POR MERECER”, pastores que estão “PAGANDO O PREÇO”, “ministros de louvor” que estão “VIVENDO UMA VIDA DEVOTADA A DEUS, FAZENDO POR MERECER”, enfim, pessoas que estão ganhando o mundo inteiro, e como diria Gondim, “perdendo os afetos do cônjuge, os sentimentos dos filhos e dos amigos, a auto-estima, o sorriso, a capacidade de amar a poesia e de cantar canções de ninar, enfim, perdendo a alma”.

E o que entendo como “o viver” é justamente ir pelo caminho e se arriscar se for preciso, errar, chorar, alegrar-se, vencer, e tudo isso sem culpas e suas implicações. Creio que apenas com o perdão se é possível assumir a consciência de que não somos perfeitos e faremos muitas coisas das quais não iremos querer; só com a consciência de que Deus trata com amor todas as minhas feridas e o remédio é o seu perdão incondicional, é que posso então dar-me a chance de vencer ou perder, de rir ou de chorar, de entristecer ou me alegrar, de ser perdoado ou de perdoar, de amar e ser amado, pois é assim que Deus trata conosco na vida, na existência, com amor e perdão e reconciliação eternamente consumada, portanto, Ele já me aceitou, já está em paz comigo. Seja quem for que eu seja, pra Deus eu sou aquele por quem Ele entregaria todas as coisas, e gratuitamente, pois entregou o seu próprio filho.
Para Jesus o negar a si mesmo não implicou em morte de nada que é vida, mas apenas na morte de tudo o que mata

NELE, EM QUEM NEGANDO-SE A CRUZ NEGA-SE A VIDA, E O QUE HÁ DE MAIS IMPORTANTE NA VIDA DO QUE VIVER? ESSE É O CHAMADO DE CRISTO: A VIDA EM VERDADE NO CAMINHO QUE É ELE MESMO. AMÉM!

domingo, 16 de setembro de 2007


A Boa Nova é essa: Está Consumado!

Em Cristo já não há condenação a nenhuma alma humana, porque Nele abunda a Graça que excede em dimensões imensuráveis a transgressão;

Em Cristo não há nenhum caminho de morte, pois Nele tudo é vida e para a vida, de modo que Ele mesmo morreu para que a ninguém fosse dado do mesmo cálice;

Em Cristo há Paz com Deus, pois Nele está estabelecido o tratado eterno entre o Filho e o Pai de que a obra da salvação do mundo está Consumada;

Em Cristo há Vida, pois Nele já morremos para tudo aquilo que traz a sombra da morte à alma;

Em Cristo não há o medo da dívida com Deus, pois Nele ela foi rasgada para sempre;

Em Cristo não há luta contra o pecado, pois Nele o poder do pecado que gera a morte já foi aniquilado para sempre;

Em Cristo não há a neurose da vigilância constante para não cair em tentação, pois Nele estamos seguros de que é Ele quem nos sustenta, e cair em tentação é pensar por sí mesmo estar em pé;

Em Cristo há Liberdade, pois Nele somos livres do domínio de todas as coisas, e sermos escravos de Deus implica em sermos livres como Ele É;

Em Cristo há salvação, pois Nele a vida encontra Caminho, Verdade e Vida;

Em Cristo há Caminho, pois Nele estamos encontrando sendo por Ele encontrados e acolhidos em Graça;

Em Cristo há Verdade, pois Nele o enganado encontra seu Caminho, o louco se encontra com a loucura ainda maior do Amor, o perdido encontra-se com o Pai de braços abertos de onde nunca saiu por mais que estivesse longe;

Em Cristo há Vida, pois Nele é só o que há.

Nele,
Em Cristo!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

EM NOME DE DEUS



Buscar a vida talvez seja o caminho mais largo para a morte. Digo, "buscar a vida", como sendo tudo aquilo que me tira das coisas simples que ela mesma me oferece para então buscar algo elevado, sobrenatural, talvez instigado pelo sensação de poder de "ser" alguém, que possuindo certo tipo de revelação para além da maioria, na presunção de ter encontrado algo maior, sublime, vive então em busca disso que chamo de "vida", que pode ser o que possívelmente irá de encontro à tudo aquilo que é Vida, ou seja, a morte. Ou mesmo, aquilo com o qual se pensa ser Verdade mas é engano.

Digo isso nos âmbitos relacionais que dizem respeito à divindades sejam elas quais forem. "A alienação do homem é não saber quem é Deus, pois, assim não se sabe quem é a sí mesmo", alguém que não me lembro disse isso. Penso que está certo. Claro, penso também que toda religião é uma deturpação daquele que é Deus, instituindo assim uma relação do homem com um Deus criado pelo próprio homem, o qual é imagem construída a partir das doenças psíquicas e espirituais humanas, elementos de maldade por aqueles que o fazem conscientemente. Penso também que é por caminhos de se querer agradar a tais divindades que se institui a busca daquilo que se pensa ser vida, mas seu fim é fim de morte.

Sim, penso que sim!

As maiores desgraças causadas na história da humanidade foram em nome de Deus. Os maiores abusos contra as almas e mentes das pessoas tem sido feito em nome de Deus. A maioria das coisas que tem usurpado o direito de ser de cada individuo tem sido feito em nome de Deus. Os ensinos mais bizarros e desumanos tem sido ensinados em nome de Deus. Enfim, Deus tem sido a causa de todos os males daqueles que não tem coragem de dizer que eles mesmos é que fazem o mal, transferindo isso para uma dividade afim de parecer santo, justo, e bom aquilo que eles ensinam como sendo verdade, claro digo daqueles que tem essa consciência, que são lobos e sabem que são lobos. Existem aqueles que apenas se tornam marionetes dessa ameaça e simplesmente repetem essa maldição que vai sendo passada de geração a geração.
Em nome de Deus se tem instituído "modos" de viver, "fôrmas" e "formas" de SER, criando assim, uma massa que responde pelo nome daquilo que não são, mas que foram moldados para serem iguais e responderem ao chamado de um nome só, em uma única línguagem. Sim, isso tudo em nome de Deus.

Em nome de Deus é criado "Jesuses" para imprimir na mente dos humanos uma falsa e medíocre consciência, fazendo tudo isso se passar por santo, justo e bom. Mas não é! É sim, diabólico e mau.

Deus não fez ninguém para ser igual, mas fez cada um para que seja um ser distinto de qualquer outro e vice-versa. Deus não criou ninguém para dar palpite na vida dos outros tentando imprimir no outro a consciência que não é do próprio ser em questão. Deus não criou institiuções para exercem domínio sobre a alma das pessoas, nem para usar do poder da manipulação para criar ventrilocos e marionetes. Deus não precisa de ninguém para fazer mediação entre Ele e o homem porque, isso, Ele mesmo o faz a cada um, pois Nele, todos, vivem, existem e se movem, de modo que tudo aquilo que possui vida, vive Nele, pois, fora Dele não há nada. Deus não criou formas e fôrmas de vida para ninguém viver de acordo com tal coisa, pois, Ele mesmo é livre e nos fez à imagem e semelhança Dele para sermos como Ele é. Deus não é ódio, portanto, tudo aquilo que vem Dele não pode ser para a morte, nem para a destruição, nem para usurpar e roubar o direito de Vida que Ele mesmo concedeu a todos por pura Graça. Deus não é falsidade, nem engano, por isso, não cria armadilhas para prender os pés daqueles que foram feitos para caminhar em Paz e viver em Justiça, não aquela criada pelas religiões humanas, mas aquela demonstrada em Cristo, Justiça em Amor e inclusão do próximo. Deus é Amor e Vida, por isso Ama seja quem for, sem fazer distinção alguma, pois no mundo, não há quem possa atirar a "primeira pedra" por isso estamos debaixo do mesmo juízo o qual foi consumado em Cristo, e toda a dívida que era contrária à humanidade foi rasgada.

Sim, o Poder do Amor de Deus revelado na Cruz não se pode ser medido. Não se pode medir sua largura nem comprimento, nem traçar sua altura nem sua profundidade, pois, excede em dimensões imensuráveis a capacidade do entendimento humano, o qual se cala diante daquela cena, pois, ali é Deus se acertando com Deus, e dizendo "Está Consumado", "Está Feito" a obra da Salvação reconciliando consigo o mundo.

Sim, Deus não é esse que está no lábios dos enganadores, dos soberbos, egoístas, presunçosos, enfim, daqueles que matam tudo aquilo que é vida.

Nele, em quem Deus é Deus e não "Deus".

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

"DEUS ESTAVA EM CRISTO RECONCILIANDO CONSIGO O MUNDO..."



"Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados..." 2 Coríntios 5:19

Há o conceito básico de que Deus nos amou ao entregar seu Filho na Cruz em nosso favor. Sim, há o conceito de que Cristo tendo morrido, a salvação foi-nos dada por intermédio de tal ato. Há o conceito de que devemos ter a mente em Cristo, na Cruz, para sempre seguir seu caminho, a Cruz é o caminho, a morte de Cristo é a salvação. Sim, há apenas um amontoado de conceitos e nada de Espírito e Vida.

Sim, Cristo fica só nos conceitos básicos acima citados e muitos outros ainda.
O que hoje ouço pela maioria esmagadora de pessoas religiosas ou não, é isso, Cristo como apenas um conceito.
Se sabe muito sobre o sacrifício de Cristo, mas nada se tem provado da Paz estabelecida entre Deus e o Homem;Se sabe muito sobre a Cruz, mas nada se tem provado do poder do Amor nela consumado; Se sabe muito sobre Jesus, mas nada se tem provado daquele que é Graça e Verdade;

Todos nós ouvimos falar de Jesus, mas nada provamos do seu Espírito e de sua Vida.
Deus é Amor de fato, mas segue-se o hábito e o costume de pensar em Deus como o velho com o dedo em riste a condenar todos os que não andam de acordo com o "pacote comportamental" exigido por aqueles que dizem que assim tem que ser; segue-se também o hábito de pensar que Deus é religião a qual é humana fazendo de Deus tão vazio e sem vida como as construções e mecanismos que fazem funcionar a roda-gigante desse amontoado de doutrinas e regras que carregam em sí a aparência de sabedoria, severidade para com o corpo, baseada em falsa humildade e que não tem poder nenhum para refrear as loucuras dos homens, seus egoísmos, suas idolatrias, suas ganâncias, enfim, suas doenças individuais, sociais e culturais; Ainda se pensa em Deus como aquele que tendo dado seu Filho por todos, agora exige que todos paguem o preço que Cristo pagou; Ainda se pensa assim.

Quem é esse Deus? - perguntaria eu.

Pois o Deus que conheço não é assim.

Pois o sacrifício foi feito por livre Graça e os benefícios que advém dele é para quem quiser, apenas creia e caminhe. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo", e Nele (Cristo) estamos livres das exigências da Lei pois foram cumpridas em Cristo, todas; Nele estamos livres das condenações que veem da Lei pois ele se tornou maldição por nós; Nele estamos livres da morte porque morremos e fomos sepultados com Ele, e Nele já estamos assentados nas regiões celestiais junto ao Pai; Nele o inferno foi despojado pois Nele não há quem vença senão o Amor do Pai que em Cristo amou a todos e reconciliou a todos por livre Graça; Nele não há religião senão aquela que acolhe e ama a quem for sem fazer juízo sobre o próximo, pois o Único Juiz está em paz com os supostos indivíduos que deveriam ser condenados, porque Ele se tornou advogado por nós e defendeu nossa causa, de modo que nas palavras "Está Consumado" não há coisa alguma que se possa acrescentar, pois nelas morreram a morte, a condenação, o medo, a "inimizade" entre Deus e o Homem, a ira de Deus e tudo o mais que poderia fazer com que as almas de hoje vivessem com medo Dele. O Juíz se entendeu com o Advogado e Nele temos a salvação da alma, pois não há morte, nem vida, nem anjos, nem demônios, nem o presente, nem o futuro, nem altura, nem profundidade, nem coisa alguma na criação que nos poderá separar do Amor de Deus que está em Cristo Jesus.

Apenas creia e caminhe.

Sempre que o julgo se tornar pesado esse não será o julgo de Cristo, pois Nele só há leveza e suavidade para o caminhar, e caminhar em Paz, sabendo que em Cristo foi reconciliado todas as coisas a Deus, de modo que, agora, tudo é vosso, seja o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro, tudo é de vocês, e vocês são de Cristo, e Cristo, de Deus.

Amém!

Nele, em quem o "Deus" das contruções humanas e religiosas morreu, e que o medo do inferno estabeledido como forma de poder e domínio sobre as almas dos humanos, ou qualquer outra forma de auto purificação e justiça, acabou, pois as chaves do inferno estão nas mãos Dele, Salvador e Redentor dos injustos e pecadores, o qual se tornou santificação e justiça por nós, em Graça.

sábado, 8 de setembro de 2007

A TI MINHA ORAÇÃO

Pai Nosso que estás nos céus e que habita meu interior,

A ti minha oração:

Pai,

Permita que meus olhos o vejam nas coisas criadas
Nos céus, na terra no vento, no mar
na água que cai do chuveiro, nas flores no quintal da minha casa
na brisa fria da noite, nas carências quase incansáveis de um poodle criado dentro de casa
Nas árvores, nos lagos, nos peixes, na grama do jardim, nas feras do campo

Permita-me te sentir nos sentimentos, e nas expressões que eles trazem ao rosto
No riso, na tristeza, na angústia, na alegria
No Amor, na dor, na companhia, na solitude e na solidão

Permita-me te sentir nos sabores da vida
Num beijo, num abraço, num toque
Num pedaço de morango maduro à medida certa
Num copo d'água quando se está com muita sede

Permita-me senti-lo no silêncio
Na janela da minha casa à noite quando estou só
eu as brisas e o cheiro de chuva trago pelo vento
Nas aventuras tragas pelos livros que contam estórias e histórias
No total silêncio quando minha alma se cala e não se ouvi mais ruído algum do lado de fora

Permita-me aprender a tratar uma criança
Ensina-me para que possa ensiná-la
Ensina-me a levá-las a sério sabendo que elas serão os homens e mulheres de amanhã
Que a vida as pedirão conta um dia
Que ensine elas a serem belas por dentro,
a serem gentis e pacientes consigo mesmo e com o próximo
Que não as trate como "crianças" mas como Crianças
Que as ensinem que todos nós somos sempre crianças por toda a vida, sempre
Contudo, permita-me aprender primeiro

Permita-me aprender a tratar uma mulher
Ensina-me a preferir o carinho aos prazeres
A um prazeroso diálogo aos desejos
"No sexo, prefira o chamego ao desempenho"
Prefira sentir o toque da pele às pulsões desenfreadas
Prefira o Eterno Amor ao passageiro gozo
Prefira ela ao que penso acerca dela

Permita-me aprender a tratar os homens
Ensina-me a me dar comigo mesmo
A ter paciência, fé, esperança, amor, perdão
Que olhe para dentro de mim e me compreenda
Meus pensamentos, meus desejos, minhas crises e fases
Minhas loucuras, minhas falha, minhas incompreensões
Que também tenha misericórdia sobre meu próximo
Assim como tu tens sobre mim

Senhor, permita-me experimentar tua mesericórdia sobre mim

Permita-me sobre tudo conhecê-lo como tu és
Que apesar das coisas criadas
dos sentimentos e percepções
dos sabores, dos silêncios
da criança, da mulher, do homem
possa provar o sabor de que tu és Deus que se relaciona intimamente comigo para além disso tudo
Que me arremeter a ti, me arremete espontaneamente ao próximo

Permita-me saber-saboreando a verdade de que sou ouvido por ti
Aquelas coisas que nem eu mesmo consigo discernir mas tu conheces
Aquelas coisas que não consigo resolver mas tu compreendes
Aquelas coisas que são minhas mas que tu as conhece mais do que eu

Pai, permita-me te conhecer

Nele

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A VIDA EM MINHAS MÃOS

A cena é forte pra quem vê, sombria pra quem vive. Umas boas doses de alcool sem que o corpo e a mente estejam acostumados. Leve sombra de tontura, nada demais até a sombria cena posterior. Risos e calmarias ao mesmo instante. Inconstância de atitudes, voz trêmula, insegura e já não muito nítida. Imagens distorcidas e preguiçosas de uma realidade que agora acontece muito rápido para a percepção da mente. Aumento de nível alcoólico no sangue. Aumento de risco, afinal, como disse, a mente e o corpo não estão acostumados. Uma parada perante uma verdade, o ser humano. Sinal de perigo na vias interiores do organismo. Rejeição do que foi posto nas correntes sanguineas. Pronto. Começa agora toda a cena.O que era leve se tornou incontrolável; o que era apenas momentos de tontura se tornou em intenso estado de sobrevivência. O corpo luta, a mente luta, o coração aguenta firme. Tremedeiras e repulsões. O corpo se debate. Ninguém pode ajudar, apenas com alguns copos de água somente. Ouve-se vozes como que distantes dizendo que faz bem, água. Vômitos, tonturas fortes com tendências a desmaios, mas a mente luta, o corpo se retorce por dentro, a vida se torna uma ordem agora. Numa luta sempre há feridos, sempre há sangue sendo derramado, é sobrevivência. Alguém tem que morrer para que o outro fique de pé, raramente os dois entram em acordo ou morrem juntos. Mas a luta é do lado de dentro, feridas deverão ser curadas mais tarde também do lado de dentro, caso o indivíduo sobreviva. Há a sensação de que não vai passar, mas a consciência ainda diz que sim, vai passar, é só esperar e lutar. Passa pela mente a vontade de desistir, e parece que é o que vai acabar acontecendo. Tudo começa a sumir, os olhos começam a querer não ficar mais abertos, a mente está cansada, o corpo já está em dores. Desisto! Não, não posso! É a vida que está em jogo. Mantenho os olhos abertos, tento acordar a mim mesmo no meio disso tudo. É difícil. Mais água, e mais água. Mais vômitos, e dores ainda mais fortes. Aparecem então amigos para nos sustentar em pé. O corpo sente frio, não há mais resistência. Há somente braços que num abraço envolvem e conduz calor corpóreo. Aconchego. Alguém está por perto, e é a única coisa que podem fazer por mim, abraçar como quem diz "estou aqui contigo". Ninguém pode lutar junto. Não. Agora estou sozinho. A vida em minhas mãos. Apenas Eu e Deus. Horas e horas de luta, até que tudo começa a ficar menos confuso, mas suportável. "Vamos embora", ouço dizer. Vamos, digo dentro de mim. Ficaram as dores, os traumas, medo. Mas a vida continua como que se tivesse parado naquele momento, naquele instante. Uma luta intensa e constante me assola, sem parar, há muita dor, há feridas e curas, há um longo caminho ainda e parece que não vai acabar. Tento me manter são, acordado, por vezes pareço que vou desmaiar. Não, não posso! É a vida que está em jogo. Quem está de fora apenas sente a impotência do ser humano perante a dor. E tudo continua... Pareço carregar a vida na mãos, cambaleante e ofegante, caminho para o que não sei que virá. Nessas horas apenas penso em Deus.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ELE AINDA SONHA COM ELA

Ela é um mistério diante dos seus olhos. Ele sabe quem ela é, pois ela já existe dentro dele. Mas ele não quer conhecê-la de verdade. Quer que ela seja sempre a garota dos seus sonhos. Ele olha para ela e insiste em ver o que ele quer ver, não a enxerga. Seus olhos só podem ver o que já existe nele. Mas ele não pode se atirar ao desconhecido. Não pode se jogar aos braços dela. Não ele não pode. Ele preferi o ideal, o sonho, as imagens que habitam o seu interior. Mas não é assim, não é?Ela é um mistério. Ele se sentiu só. Nem Deus lhe pode negar tal sentimento. Ele a viu e não se conteve. Seu coração abriu mão de sua segurança e lançou-se ao desconhecido. Por ela se perdeu, por ela provou a morte, por ela... Porque ela era parte dele. Mas ele acordou dessa realidade e se jogou novamente em sonhos. Ele quer ainda um lugar seguro. Um lugar onde não há chances de sofrer. O amor o incomoda. Não há argumentos que diga o que isso significa. Ele pensa, tenta discernir. Não há respostas, nenhuma sequer. Ele corre de um lado para o outro e não entende. Não mesmo. Ele então se arrisca e prova, e saboreia. Sai de sua bolha de reflexões e a procura novamente. Ela é dor e paixão, é solidão e companhia, é angústia e felicidade. Ela é sabor e tristeza, é amor e fraqueza, é ardor e beleza, dúvida e certeza. Só ela é para ele beijo e abandono, inverno e outono, abraços e adeus, ferida e vida, entrada e saída. Ele ainda sonha, com ela.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

"PORQUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO ASSIM?"

A cena é de pura e intensa expectativa. Jesus havia vindo de um caminho de milagres realizados por ele mesmo. A multidão viu e ouviu que Ele andara curando doenças de vários tipos, como diz as Escrituras. Posto diante d'Ele estava um homem em sua maca, um paralítico, levado até ali por outros homens. Ali havia fariseus e mestres da lei vindo de muitos lugares, uma multidão. Seus olhos estavam fitos em Jesus; seus pensamentos o interrogavam em palavras e em silêncios, questionavam o tempo todo. Mas, naquela hora, talvez, houve um silêncio em suas almas. Jesus e o paralítico.

O texto das Escrituras diz que Jesus proferiu as seguintes palavras: "Homem, os seus pecados estão perdoados".

Com certeza não era o que aquela multidão esperava, e talvez, também não seja o que esperamos d'Ele. Eles pareciam preferir o espetáculo, os milagres da qual ouviram serem realizados por Cristo. Não esperavam ouvir tais palavras, talvez, não fizesse sentido existencial algum para eles, preferiam a cena do Poder à do Perdão.

Sugeriram em suas mentes que Jesus era um blasfêmo, pois só Deus perdoava pecados. O texto diz que "Jesus sabendo o que eles estavam pensando, perguntou: Porque que vocês estão pensando assim? Que é mais fácil dizer: 'Os seus pecados estão perdoados'; ou: 'Levante-se e ande?'".

Essa é a pergunta que sonda o ser até o âmago: Porque continuamos pensando assim?

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer à prostituta "Mulher, seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer à adúltera, seja qual for, a da Bíblia ou não, "Mulher, seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer ao ladrão na cruz, ou num presício, ou qualquer lugar que esteja, "seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus orando "Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem" pelos que o crucificaram e continuam o crucificando até hoje? E ainda perguntamos: será que eles não sabiam mesmo?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer a Nero, que incendiou cidades e casas com gente dentro delas, e tudo por seus próprios interesses, "Homem, seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer a Hitler, que matou mais de 6 milhões de judeus em nome de Deus, afirmou que havia uma raça divina e que todas as outras deveriam ser extintas da existência, "Homem, seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer aos rapazes, que arrastaram um garoto por kilômetros de um carro até a morte, "Homens, seus pecados estão perdoados"?;

Porque continuamos pensando que é blasfêmia ouvir Jesus dizer aos religiosos, que matam, roubam e destroem, "vocês estão perdoados"?;

Porque o consideramos blasfêmo toda vez que o ouvimos dizer a nós mesmos "seus pecados já foram, estão, e serão sempre perdoados"?;

Porque o consideramos blasfêmo quando ouvimos Ele dizer: "Está consumado."?
Do que temos medo?
Do perdão? Do Amor? De Deus?

Blasfêmia tudo isso?


"Porque estão pensando assim?".


Nele, em quem meus pensamentos se calam diante do poder do seu Amor revelado na Cruz, que de fato, excedeu todo o meu entendimento.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

"VENHAM A MIM TODOS VÓS..."



“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.” ( Mt 11:28 )
Palavras de Jesus ditas perante a multidão que se agitava buscando profetas, mestres, enfim, alguém que pudesse dizer algo vindo da parte de Deus, e Jesus não diz isso a toa. Ele viu, percebeu, discerniu, sentiu com a alma a dor e sobrecarga posta sobre os ombros daqueles que ali estavam diante d'Ele, e as únicas palavras que poderiam ser ditas, sendo Ele Graça e Verdade encarnada, sendo Ele alívio e perdão para o ser, foram: “Venham a mim... eu lhes darei descanso”. Seria interessante contextualizar o que ele disse, analisar as situações da época, os israelenses, as culturas, a religiosidade da época, enfim, fatos históricos e existenciais daquele tempo. Sim, seria, mas não agora. Agora o que posso ouvir é somente o que está dito: “Venham a mim... eu lhes darei descanso”. Não há motivações nenhuma agora para fazer analise textual de coisa alguma. Há somente uma alma desejando “ir” até Ele, e receber descanso, só isso. Não me interessa saber genealogias, nem tempos, nem “porques”, nem coisa nenhuma. Minha alma, agora, apenas ouvi docemente uma Voz dizer: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.”

Venham a mim todos que se cansaram de justificar suas próprias almas e oferecer des-culpas a Deus por medo do inferno, e nunca descansaram Nele;
Venham a mim todos que correram e se fatigaram na maratona de entender Deus buscando-o incessantemente e nunca descansaram Nele;
Venham a mim todos os que tentaram achar o caminho e fazer o bem esperando que tudo isso salvasse as suas almas, mas que nem assim descansaram Nele;
Venham a mim todos que disseram “Deus é Amor” e nunca experimentaram sabor algum Nele, e nunca descansaram Nele;
Venham a mim todos que amaldiçoaram em nome de Deus por sentir-se assim amaldiçoado por Ele perante tantas regras e leis, vocês, que nunca descansaram Nele;
Venham a mim todos os que destruíram suas almas e a do próximo, que causaram ruínas e desgraças pelo caminho, que derramaram sangue, que se envolveram em orgias sexuais, mentais, emocionais, existenciais, psicológicas, e nunca descansaram Nele;
Venham a mim todos que disseram em seu coração “certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência”, ou que também disseram “é inútil temer a Deus”, todos que não encontraram Paz para suas almas... Ouçam essa Voz, todos: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.”

Sim, o Evangelho é isso: Paz e Descanso Nele, Hoje e Agora. Sim, enquanto podemos ter Paz e Descansar nesses dias que são maus.

Nele, em quem minha alma descansa em Paz, eternamente.

MEU AMIGO, ALGUMA COISA ESTÁ MUDANDO

Alguma coisa está mudando meu amigo E não sei bem o que é Mas se lembra quando tudo apenas se repetia Então mudanças já são boas...