terça-feira, 14 de janeiro de 2014

EM PARTE E POR INTEIRO

 

fumar

 

Que vontade de escrever um poema

Mas não tenho ninguém a quem escrever

Nem você que lê, que eu mesmo nem conheço

De repente uma me diz: “Escreva para mim”!

Ah não! Você de novo, o tempo todo

E depois que na minha arte

Fiz você deixar de fazer parte

Fiz qualquer parte, de qualquer coisa,

ser essa parte que te pertencia

Sim! Sei da lição

Dois corpos, um mesmo lugar...

Mas não me interessa a impossibilidade

E se o tempo todo aprendi a me alegrar?

Mesmo como você aí!

Talvez agora mesmo, como num instante

Entendi, talvez a arte do infeliz

De se achar infeliz quando longe da amada se alegra

Porém, que tu nunca esquecestes

Ou afastastes de si

Meu eu, sou eu, sou teu

Só, somente acompanhado

Por si mesmo

E não sei

Tua companhia é presente

Como nada mais o poderá ser

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